sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Cosméticos Perigosos - Cuidado! Você pode estar usando vários sem saber.

Em batons de várias marcas,
elementos que podem causar câncer
e problemas no cérebro. 
Até chumbo
tem sido encontrado
em batons de diversas marcas.









Embora recentemente o fato tenha ressurgido nos noticiários, o problema já é bem conhecido entre os cientistas e o meio industrial dos cosméticos há muito tempo. Em 2010, a produtora de vídeos norte americana Annie Leonard produziu "A História dos Cosméticos", em parceria com a "Campaing for Safe Cosmetics" ("Campanha por Cosméticos Seguros"). Veja o vídeo aqui, apresentado por ela mesma e com legendas em português. Produzido com a colaboração de cientistas, ele mostra que a indústria dos cosméticos utiliza um alto teor de substâncias tóxicas que prejudicam a natureza. Tudo que prejudica a natureza obviamente prejudica, e muito, a saúde das pessoas, principalmente se for algo usado no próprio corpo. 
Segundo a Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil é o terceiro maior participante no mercado mundial de cosméticos e outros produtos de higiene pessoal. Os cosméticos fazem parte da indústria farmacêutica, e por isto, a instituição brasileira responsável pelo controle de qualidade dos mesmos é a mesma que responde pela qualidade dos medicamentos e de todos os tipos de produtos e serviços que se relacionam à saúde das pessoas: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No Guia para Avaliação da Segurança de Produtos Cosméticos, está escrito (leia com bastante atenção):
4 - AVALIAÇÃO DO RISCO POTENCIAL DE PRODUTOS
COSMÉTICOS
Como já foi mencionada, a maioria das informações necessárias na avaliação do risco
potencial de um produto cosmético resulta do conhecimento dos ingredientes que compõem sua fórmula. São eles que podem, diretamente, serem os responsáveis por qualquer efeito sistêmico e por boa parte do risco alergênico. Contudo, a fórmula do produto acabado pode interferir, à medida que facilita a absorção total ou parcial dos ingredientes sendo responsável, também, por possíveis sinergismos, resultantes da associação de ingredientes.
Portanto, o conhecimento disponível dos ingredientes pode não ser suficiente para prevenir um efeito indesejável ao consumidor alvo. Além dos componentes, deve-se avaliar outros parâmetros envolvidos tais como: o uso do produto, área de aplicação, se o produto é enxaguável, se o uso é prolongado e repetido, diário ou não, entre outros.
Desta forma, o risco potencial pode ser diferente, em cada caso. O avaliador deve observar todos estes parâmetros, garantindo, da melhor maneira possível, a segurança do consumidor em condições normais ou razoavelmente previsíveis de uso de um produto cosmético.
4.1 - Parâmetros a serem considerados na avaliação de produtos cosméticos:
Embora os produtos cosméticos sejam aplicados topicamente, um ou mais de seus ingredientes pode permear a barreira cutânea, sendo parcial ou totalmente absorvidos. Alguns produtos, devido à sua apresentação e modo de uso, podem ser ingeridos ou inalados, como por exemplo, os dentifrícios, enxaguatórios bucais e spray para cabelos. Na avaliação de segurança deve ser considerado o modo de uso do produto, uma vez que esta variável pode determinar diretamente a quantidade que pode ser absorvida, ingerida ou inalada.
Os primeiros parâmetros a serem contemplados são os seguintes:
• Categoria do produto;
• Condições de uso;
• Concentração de cada ingrediente na formulação;
• Quantidade de produto em cada aplicação;
• Freqüência de uso;
• Local de contato direto com o produto;
• Superfície total de pele ou de mucosa onde o produto é aplicado;
• Duração do contato;
• Consumidor alvo;
• Possíveis desvios no emprego do produto (uso inadequado ou acidental).
Conhecendo-se a fórmula do produto, pode-se calcular de maneira adequada, a concentração de cada ingrediente que está em contato com a pele. Neste cálculo, deve-se considerar a quantidade total de cada ingrediente incluído, ou constituinte de outro componente (ex:
conservantes). Com o conhecimento da absorção dos ingredientes mais críticos é possível então prever, sem nenhum estudo adicional, o risco potencial de exposição do produto.
Uma vez que não há um risco previsível decorrente do uso do produto, pode-se avaliar a fórmula per si para determinar a aceitabilidade dos ingredientes nas condições de uso do produto acabado.
Por razões éticas, quando o risco previsível não pode ser suficientemente conhecido é preferível recorrer, segundo o nível de conhecimento, a métodos experimentais in vitro ou in vivo. De maneira geral, é melhor privilegiar a avaliação dos riscos irritativos e alergênicos em testes clínicos que apresentam uma melhor idéia da resposta dos consumidores alvo.
4.2 - Sugestão para avaliação de segurança de produtos acabados
4.2.1 - Avaliação do potencial irritante.

Produto com risco desconhecido:
• “triagem” com métodos in vitro ou, in vivo em animais, seguido de teste clínico.
Produto com ausência presumida de risco:
• Teste clínico.
4.2.2 - Avaliação do potencial alergênico
Nível de absorção dos ingredientes desconhecido:
• Teste in vivo, em animais.
Produto com ausência presumida de risco:
• Teste clínico.
Presume-se então que as avaliações sugeridas sejam aplicadas caso a caso, no que couber.

No site da Campaign for Safe Cosmetics (veja o link em "fontes", abaixo do artigo), há informações muito importantes sobre marcas de cosméticos e elementos tóxicos que são encontrados neles, até mesmo em esmaltes e perfumes. Embora o site seja norte americano, muitas informações também se relacionam a produtos muito consumidos no Brasil.
No caso dos batons, o chumbo não foi o único componente nocivo encontrado. Foram também detectados por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em 32 tipos de batons e produtos para brilho labial, elementos químicos como o cadmio e o cromo, além de outros que podem causar doenças como o câncer e problemas cerebrais. Muitas dessas fórmulas também são utilizadas na fabricação desses produtos no Brasil. Em 10 das 32 amostras analisadas, comprovou-se a existência de cromo e chumbo muito acima dos níveis toleráveis, que podem causar problemas graves às usuárias devido à ingestão que, por mínima que seja, sempre ocorre involuntariamente - o produto está no lábio, portanto isto não tem como não ocorrer.
O site da Anvisa não revela marcas de batons ou produtos para brilho labial fabricados no Brasil que representem riscos de saúde para suas usuárias. Portanto, indicar tais nomes aqui seria irresponsabilidade. Entretanto, é possível fazer um teste muito fácil com o seu baton para você mesma verificar o problema. 
As primeiras providências tem que ser tomadas pela própria pessoa antes de comprar o produto: verifique na embalagem se ele tem registro no Ministério da Saúde, leia sempre todo o rótulo (principalmente as informações com "letrinhas miúdas"), e, em casa, não permita que as crianças mexam neles. Tenha cuidado com as "promoções" - suspeite sempre da queda de preços.
Em casa, passe o batom na palma da sua mão. Depois, esfregue a porção que ficou na palma da mão em sua aliança ou seu anel (preferentemente a aliança ou o anel deve ser de ouro). Se o batom ficar preto, é porque tem chumbo ou outra substância nociva em alto teor. 

Fontes:

Nenhum comentário: