segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Dislexia - um problema que seu filho pode ter sem que você perceba.

Ilustração: Wikipedia. 
Muitas características da dislexia 
são semelhantes às do hiperativismo.
Por isto, uma criança que pareça ser hiperativa pode ser disléxica. 


A dislexia é uma disfunção que ocorre principalmente na infância, e que se caracteriza pela dificuldade na leitura, escrita e soletração. Às vezes, a criança disléxica escreve números e letras ao contrário, como mostra a ilustração. Outras características: a criança às vezes confunde direita com esquerda e dimensões como distâncias, espaços, tamanhos, valores, etc. Essas dificuldades são facilmente verificáveis quando a criança tenta realizar operações aritméticas (contas de somar, diminuir, multiplicar, dividir) e no funcionamento de memória de curta duração. 
Os primeiros sinais de dislexia costumam surgir durante as aulas no período de alfabetização. Pode coexistir ou ser confundida com características de outros problemas semelhantes, como a hiperatividade, a dispraxia, a discalculia e a disgrafia. É confundida coma hiperatividade principalmente porque uma das evidências de dislexia é também a falta de atenção durante a aula e a dificuldade de concentração em uma atividade qualquer. Deve-se deixar claro, no entanto, que a dislexia e as desordens do déficit de atenção não tem relação com problemas de desenvolvimento.
Para você saber se seu filho ou sua filha é disléxico(a) ou não, o mais recomendável é que você consulte um profissional especializado nessa área, que é o neurolinguista. Entretanto, os testes para diagnóstico também podem ser aplicados por fonoaudiólogos, pedagogos e psicólogos. O ideal mesmo é que o diagnóstico seja feito por uma equipe de profissionais de todas essas áreas.
Existem basicamente cinco tipos de dislexia:
  • Dislexia disfonética: Dificuldades de percepção auditiva na análise e síntese de fonemas, dificuldades temporais, e nas percepções da sucessão e da duração (troca de fonemas e grafemas por outros similares, dificuldades no reconhecimento e na leitura de palavras que não têm significado, alterações na ordem das letras e sílabas, omissões e acréscimos, maior dificuldade na escrita do que na leitura, substituição de palavras por sinônimos);
  • Dislexia diseidética: dificuldade na visão e na percepção do todo como maior que a soma das partes e na análise e síntese de fonemas. Quando isto ocorre, a criança costuma ler sílaba por sílaba sem conseguir a síntese das palavras, misturando e fragmentando as palavras, fazendo troca por fonemas similares, com maior dificuldade para a leitura do que para a escrita.
  • Dislexia visual: deficiência na percepção visual e na coordenação visomotora (dificuldade no processamento de reconhecimento de imagens).
  • Dislexia auditiva: deficiência na audição, na memória auditiva e fonética (dificuldade no processamento de identificação do som das sílabas).
  • Dislexia mista: é a combinação de mais de um tipo de dislexia.

Causas

Não há um consenso científico sobre as causas da dislexia. Entretanto,
 pesquisas recentes apontam fortes evidências neurológicas devido a fatores genéticos e a problemas ocorridos antes do nascimento, ou seja, durante a gravidez. Uma das possíveis causas são doses excessivas de testosterona durante a gestação. Isto talvez explique por que a dislexia é mais comum em meninos do que em meninas, já que na maioria dos casos de fetos femininos estes são abortados pelo testosterona em excesso.
Os erros mais comuns cometidos por uma criança disléxica são facilmente observáveis na escrita: confusão de letras e de sílabas e entre palavras e expressões semelhantes na forma de escrever ou de pronunciar (exemplos: "sinto" e "cinto", "haver" e "a ver", etc.). Há também dificuldade na aprendizagem de matemática, confusão nas tarefas escolares, pobreza de vocabulário e dificuldade de memorização. Em casa, você pode fazer um teste verificando se ocorrem os seguintes detalhes:
  • A criança movimenta a cabeça ao longo da linha?
  • Sua leitura silenciosa é mais rápida que a oral ou mantém o mesmo ritmo de velocidade?
  • A criança segue a linha com o dedo?
  • A criança faz excessivas fixações do olho ao longo da linha enquanto lê?
  • A criança demonstra excessiva tensão ao ler?
  • A criança efetua excessivos retrocessos da vista ao ler?
Para esclarecer dúvidas e obter mais informações, acesse este site:
Associação Brasileira de Dislexia (ABD):

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